terça-feira, 7 de maio de 2013

O que foi a FEB?

Força Expedicionária Brasileira, conhecida pela sigla FEB, foi a força militar brasileira de 25.334 homens que foi responsável pela participação brasileira ao lado dos Aliados na Itália, durante a Segunda Guerra Mundial. Constituída inicialmente por uma divisão de infantaria, acabou por abranger todas as forças militares brasileiras que participaram do conflito. Adotou como lema "A cobra está fumando", em alusão ao que se dizia à época que era "mais fácil uma cobra fumar do que o Brasil entrar na guerra".

Em 1939, com o início da Segunda Guerra Mundial, o Brasil manteve-se neutro, numa continuação da política do presidente Getúlio Vargas de não se definir por nenhuma dasgrandes potências, somente tentando se aproveitar das vantagens oferecidas por elas. Tal "pragmatismo" foi interrompido no início de 1942, quando os Estados Unidosconvenceram o governo brasileiro a ceder a ilha de Fernando de Noronha e a costa nordestina brasileira para o recebimento de suas bases militares. Os EUA tinham planos para invadir o nordeste, caso o governo Vargas insistisse em manter o Brasil neutro.
A partir de janeiro do mesmo ano começa uma série de torpedeamentos de navios mercantes brasileiros por submarinos ítalo-alemães na costa litorânea brasileira, numa ofensiva idealizada pelo próprio Adolf Hitler, que visava isolar o Reino Unido, impedindo-o de receber os suprimentos (equipamentos, armas e matéria-prima) exportados docontinente americano, como consta nos diários de Joseph Goebbels. Estes suprimentos eram vitais para o esforço de guerra aliado, que a partir de 1942, pelo Atlântico norte, se destinavam principalmente à então União Soviética.
Tinha também por objetivo a ofensiva submarina do eixo em águas brasileiras intimidar o governo do Brasil a se manter na neutralidade, ao mesmo tempo que seus agentes no país e simpatizantes fascistas brasileiros, pejorativamente denominados pela população pela alcunha de Quinta coluna, espalhavam boatos que os afundamentos de navios mercantes seriam obra dos anglo-americanos interessados em que o país entrasse no conflito do lado aliado.
No entanto, a opinião pública não se deixou confundir. Comovida pelas mortes de civis e instigada também pelos pronunciamentos provocativos e arrogantes, emitidos pela Rádio de Berlim, passou a exigir que o Brasil reconhecesse o estado de beligerância com os países do eixo. O que só foi oficializado em 22 de agosto do mesmo ano, quando foi declarada guerra à Alemanha nazista e à Itália fascista. Após a declaração de guerra, diante da contínua passividade do então governo, a mesma opinião pública passa a se mobilizar para o envio à Europa de uma força expedicionária como contribuição à derrota do fascismo.
Embora o Brasil já tivesse declarado guerra, estava despreparado para a natureza fluida daquele conflito. A Aeronáutica estava apenas começando a se modernizar, com a aquisição de aviões de fabricação americana. A Marinha tinha uma série de embarcações obsoletas, pouco aptas á guerra submarina de então (modalidade de combate ao qual mesmo as modernas marinhas britânica, americana e soviética só se adequariam a partir do final de 1942, início de 1943). Além de igualmente mal-equipado, o Exército carregava ainda uma filosofia elitista arcaica e focada em reprimir movimentos políticos internos que pouco havia mudado desde o século XIX e que levara ao fracasso a tentativa de modernizar seus métodos de treinamento para o combate externo e filosofia de ação, entre o final da década de 1910 e o início da década de 1920, tentativa esta trazida por uma missão contatada ao exército francês.
Os brasileiros constituíam uma das vinte divisões aliadas presentes na frente italiana naquele momento, uma verdadeira torre de Babel, constituída por norte-americanos (incluindo as tropas segregadas da 92ª divisão e do 442º regimento, ambas unidades de infantaria formadas respectivamente por afro-descendentes e nipo-descendentes, comandadas por oficiais brancos), italianos antifascistas, exilados europeus (poloneses, tchecos e gregos), tropas coloniais britânicas (canadenses, neozelandeses, australianos, sul-africanos, indianos, quenianos, judeus e árabes) e francesas (marroquinos, argelinos e senegaleses), em uma diversidade étnica que muito se assemelhava à da frente francesa em 1918.
A FEB foi integrada ao IV corpo do exército americano , sob o comando do general Willis D. Crittenberger, este por sua vez adscrito ao V exército dos Estados Unidos, comandado pelo general Mark W. Clark.

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